A popularidade em plataformas digitais tem levado diversos perfis a buscar números elevados de seguidores por caminhos menos convencionais.
Há quem utilize serviços especializados, vendidos por empresas que prometem resultados imediatos, gerando diferentes interpretações sobre a validade dessa prática.
Alguns juristas apontam irregularidade, enquanto outros entendem que não existe proibição expressa no ordenamento jurídico brasileiro. O tema desperta debates, pois não há norma específica que trate diretamente do assunto.
A busca por seguidores artificiais
Muitos influenciadores, agências de marketing e pequenos empresários usam a técnica de comprar seguidores para contas novas, já que contas zeradas não passam confiança.
Essa escolha visa passar uma impressão de relevância e, em certos casos, atrair mais oportunidades de negócios.
Marcas procuram perfis com grande base de seguidores, acreditando que esse fator indica popularidade e engajamento.
Entretanto, há questionamentos sobre a veracidade desses dados e as consequências que podem surgir.
Certos advogados sustentam que adquirir seguidores de maneira artificial não configura crime, pois a legislação brasileira não contempla regra clara que defina tal prática como ilegal.
Em geral, as plataformas digitais, a exemplo de Instagram, Facebook e TikTok, estabelecem políticas internas para coibir o uso de números falsos.
Na esfera judicial, surgem ações movidas principalmente pelas empresas proprietárias das redes sociais, com base em seus Termos de Uso.
Impacto para quem opta por inflar seguidores
Quem decide recorrer a esse tipo de serviço precisa levar em conta riscos. As redes sociais podem banir ou restringir perfis que violem as diretrizes estabelecidas, aplicando suspensões ou remoções definitivas da conta.
Plataformas vêm aprimorando algoritmos para detectar comportamentos atípicos, de modo que contas que registram picos de crescimento repentinos podem ser investigadas.
A reputação também é um ponto crítico. Sempre que um perfil apresenta salto brusco no número de seguidores, surgem suspeitas sobre a legitimidade dos dados.
Seguidores que não interagem de modo verdadeiro prejudicam o engajamento orgânico, dificultando o alcance de conteúdo e reduzindo a possibilidade de estabelecer conexões genuínas com o público.
Empresas que oferecem serviços de seguidores artificiais
Há companhias que vendem pacotes de seguidores, curtidas ou comentários. Muitas dessas organizações divulgam soluções que prometem crescimento acelerado, atendendo à pressa de quem busca destaque imediato.
Certos empreendedores, por desconhecer outras estratégias, consideram tais ofertas atraentes. Ocorre que essas empresas enfrentam ações judiciais movidas por gigantes da tecnologia, já que operam sem autorização das plataformas para manipular métricas de audiência.
Um exemplo é o caso da Igoo Networks e da MGM Marketing Digital, processadas pela Meta em São Paulo. A 1ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem determinou que a Igoo Networks interrompesse a comercialização de seguidores e curtidas para o Instagram.
A justificativa citou a Lei nº 9.609/1998, que exige consentimento para o uso de qualquer tecnologia que interaja com serviços de terceiros.
Análise pelo direito do consumidor
Determinados especialistas enxergam a possibilidade de classificar a compra de seguidores como propaganda enganosa, caso o perfil comercialize produtos ou serviços e recorra a números irreais para atrair compradores.
O Código de Defesa do Consumidor prevê sanções contra práticas que induzem o público a erro. Isso ocorre porque métricas infladas podem levar a uma interpretação distorcida da popularidade, o que afeta a credibilidade da conta e de tudo que ela promove.
A Justiça brasileira vem aceitando argumentos baseados no direito do consumidor, demonstrando que a transparência é fundamental quando se fala em divulgação de bens ou serviços.
Perfis que simulam relevância dificilmente escapam de avaliações mais profundas, seja por parte de clientes, seja por parceiros comerciais, que analisam engajamento real antes de fechar qualquer tipo de contrato.
Efeitos no crescimento orgânico
Ter seguidores que não interagem ativamente interfere na forma como o algoritmo das redes distribui conteúdos.
Publicações com baixa taxa de engajamento deixam de ser recomendadas a um número maior de pessoas. Uma conta que aparenta ter milhares de seguidores, mas recebe poucos comentários e curtidas, desperta suspeita.
Essa inconsistência pode levar anunciantes a recuarem, pois preferem investir em perfis com comunidade ativa e participativa.
A busca genuína de um público fiel tende a trazer resultados mais sustentáveis. Propostas de patrocínio e parcerias surgem de forma natural quando a comunidade reage positivamente às postagens.
O investimento em conteúdo de qualidade, interação frequente e colaborações estratégicas é, na prática, mais vantajoso a longo prazo, pois não coloca em risco a credibilidade conquistada.
A prática de comprar seguidores no TikTok
A expansão de plataformas de vídeos curtos atraiu usuários que desejam visibilidade instantânea. Para alguns, a opção de comprar seguidores no TikTok se mostra tentadora, pois o número de seguidores costuma ser avaliado como indicador de relevância.
Agências e criadores de conteúdo, na ânsia de fechar acordos publicitários, podem achar viável recorrer a esse método.
O desafio, porém, está na coerência entre o total de seguidores e o volume de interações, dado que a plataforma analisa estatísticas internas para identificar práticas artificiais.
Pessoas interessadas em comprar seguidores no TikTok precisam compreender que o foco excessivo em aparências pode comprometer o desempenho autêntico.
Diversos recursos de análise permitem que marcas identifiquem perfis que possuem discrepâncias em suas métricas, reduzindo a chance de firmarem parcerias duradouras com quem se baseia em números irreais.
Caminhos para um desenvolvimento sólido
Contas que adotam métodos baseados na consistência costumam construir reputação de maneira gradativa. O usuário percebe a diferença entre um perfil que cresce de modo orgânico e outro que exibe números que não geram interações verdadeiras.
A criatividade nos conteúdos, o relacionamento frequente com seguidores e a busca por colaborações relevantes costumam gerar seguidores que se interessam genuinamente pelo que é publicado.
O fortalecimento de imagem depende de autenticidade. Investir em estratégias como cross-promotion, uso correto de hashtags e publicações que estimulem comentários é efetivo para aumentar a presença digital.
Um planejamento de marketing bem estruturado, com objetivo de criar valor real, tende a proteger o perfil das penalidades das plataformas e das críticas de quem investiga a fundo o engajamento.
Reflexões sobre legalidade e imagem pública
Não existe norma específica que trate da aquisição de seguidores como crime. As redes sociais, contudo, mantêm seus próprios regulamentos e tomam medidas para assegurar que os resultados de métricas sejam confiáveis.
Além disso, o direito do consumidor pode ser acionado quando se comprova a intenção de enganar compradores ou público em geral.
Manter uma base de seguidores forjada pode gerar danos irreparáveis à credibilidade do perfil. O público quer transparência, interação constante e conteúdo de valor.
O esforço para conquistar um espaço autêntico raramente será substituído pela aquisição de números. Criadores e empresas que prezam pela relação com seus seguidores compreendem que a confiança é fundamental no universo digital.